Hey Rap

Nos anos 80, o Rap brasileiro limitava-se a imitar o hip hop americano, em todos os sentidos, vestimenta, letras, ritmo. Nos anos 90 a batida permanecia a mesma imitação preguiçosa, mas as letras ganharam mais propriedade nacional, ou melhor, propriedade periférica nacional, já que o ritmo foi introduzido principalmente na cultura dos negros favelados. E por isso o conteúdo abordado era em especial a miséria.  E abordado quase sempre de maneira forte e muitas vezes violeta, com muita critica social, e assim, o Rap causava identificação com a população pobre, e ao mesmo tempo assustava o resto da população, e acabava não chegando as grandes massas e grandes mídias. Fato esse que acabou sendo absorvido com orgulho pelos rappers.


Mas esse cenário vem mudando. A miséria ta deixando de ser o principal tema dos Rap’s , as letras estão ganhando assuntos diversos, ficando mais poéticas e “próxima” de todos, sem perder o conteúdo e a consciência social. Outros instrumentos estão sendo introduzidos, deixando de lado aquela velha fórmula, MC+DJ, novas batidas estão sendo incorporadas, como o samba, pop, rock, MPB, forró, frevo e outros, deixando o RAP brasileiro com a cara do brasileiro. Até o style ta mudando, aquele estilo gangsta largadão ta sendo substituído por roupas de marca mais leve com mais cores, fugindo do preto excessivo. E a mais significativa mudança que está ocorrendo, é que o Rap está se popularizando, tá saindo do gueto e ganhando espaço, merecido espaço. Outro ponto importante dessa mudança é o comportamento dos rappers, esse lance de que ir pra tv, gravar discos, fazer shows em grandes festivais e grandes casas é se vender, tá sendo repensado e colocado de lado.

Hoje o cenário nacional do Rap não é mais dominado pelos homens. Nomes como Flora Matos, Lurdez da Luz, Karol Conká estão se destacando. E juntos com Rael da Rima, Rincon Sapiência, Kamau, e liderados por Emicida (o maior nome do Rap atual) estão fazendo essa transição da velha escola pra nova, sempre com máximo respeito, e estão provando que Rap não é música de drogado e vagabundo.




Por: Rodrigo Oliveira

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